Centro Tecnológico de Mobiliário deverá arrancar em breve
As Câmaras de Paredes e de Paços de Ferreira apresentaram em conjunto o Diagnóstico Estratégico: InMEI – Indústria do Mobiliário, Estratégia de Inovação para a Região Norte - modelo de implementação de um Centro Tecnológico do Mobiliário – CEIMP-, na passada sexta-feira, no ex-CTIMM, em Lordelo.
Recorde-se que a INI Graphicsnet, conceituada empresa de consultoria alemã realizou um Diagnóstico Estratégico, cujas conclusões revelam a importância de alavancar o cluster da indústria da madeira e do mobiliário, com base na inovação tecnológica e design, assim como a ligação urgente ao Ensino Superior.
Para o presidente da Câmara Municipal de Paredes, Celso Ferreira, este foi um momento de “grande satisfação pessoal, como autarca e como cidadão, um dia histórico”. Segundo o autarca “a partir de hoje está encerrado um projecto turbulento de falência do Centro Tecnológico”.
Celso Ferreira pretende apresentar este e outros projectos numa audiência com o ministro da Economia. Acrescenta que “na forma como o projecto nasce já há mudança de mentalidades”.
O projecto de constituição do novo centro tecnológico está já “na sua fase final” e será integrado num projecto mais amplo de criação de uma Academia Internacional de Mobiliário.
Recorde-se que o ex-CTIMM foi declarado falido em Julho de 2004, na sequência de um passivo acumulado de 400 mil euros e a sua estrutura física foi adquirida pela Câmara Municipal de Paredes.
De acordo com Celso Ferreira é necessário que o projecto arranque “com humildade”, pois não será intenção dos seus mentores (autarquias e associações empresariais de ambos os municípios) criar “um segundo monstro”. “Queremos criar uma entidade com uma dimensão adequada à realidade das empresas, que conte com o apoio quer da União Europeia, quer do Governo português. Não queremos um projecto megalómano. Esse foi e será o nosso compromisso”, sublinhou.
O objectivo é que esta estrutura sirva de apoio ao “cluster” do mobiliário existente nos concelhos de Paredes e Paços de Ferreira, que produzem 75 por cento do mobiliário português, nomeadamente nas áreas tecnológica, de formação e do design.
Celso Ferreira adiantou que o novo Centro Tecnológico do Mobiliário funcionará de uma forma “ágil”, com o máximo de oito colaboradores e uma grande colaboração com universidades.
No mesmo sentido, o presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Pedro Pinto, destacou a importância do trabalho de cooperação. “A Academia de Mobiliário é um momento muito importante. Não é o final de um trabalho, mas uma guia de marcha para um trabalho ambicioso. Este é o ponto de partida para novos desafios”.
O projecto teve como objectivo final a criação de um modelo de inovação para o sector do mobiliário, em particular para a realidade empresarial existente neste sector, nos concelhos de Paredes e Paços de Ferreira.
Para cumprir este objectivo, foi necessário estudar todas as variáveis que permitem definir com rigor e objectividade um modelo sustentável que imponha neste sector uma nova dinâmica produtiva e empresarial.
Assim, através do modelo OPIB, foi possível cobrir as vertentes da Oferta produtiva (para ter conhecimento real da capacidade industrial e seus principais problemas, focalizando nos concelhos de Paços de Ferreira e Paredes, onde existe uma elevada taxa de concentração de empresas neste sector), Procura (para poder definir uma estratégia consistente a 5/10 anos e não responder apenas a necessidades de curto prazo), Oferta científico-tecnológica- Investigação, e estruturas semelhantes a nível internacional (Benchmarking).
Refira-se que com este projecto pretendeu-se elaborar um estudo de desenvolvimento estratégico, apurando objectivamente quais os serviços estruturantes necessários para as empresas do mobiliário e da madeira, que permitem às mesmas, a médio e longo prazo, alcançar bons níveis de competitividade, criando empregos sustentados e qualificados, procurando deste modo gerar riqueza na região.